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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Evolução Social vs Evolução Humanista

Humano.

de uma forma abrupta: que sociedade é esta?

Com milénios de civilização eis-nos em 2009 numa situação global de instabilidade económica -excuso dizer social- que nos projecta para uma situação de crise. Uma crise porém não é necessáriamente má, traduzida directamente da sua génese grega "crise" significa parar para reflectir. Dadas as circunstâncias é de facto o melhor a fazer perante o afamado cenário internacional.
Proponho então neste balanço que analisemos a caótica e incompreensivel situação social que nos envolve e as suas origens.
Por onde começar?
O mais gravoso na sociedade contÊmporanea é o retrocesso cívico dos cidadãos e ameaças á sua liberdade, qualidade de vida,aos seus direitos e á condição de humano.
Uma imensa parte da Humanidade está sujeita neste momento aos desígnios de determinadas elites que com o seu poder determinam o controlo de naçoes e povos juntamente com os seus futuros. Arriscando ser pouco original afirmo que a História é escrita antes de acontecer e relatada de forma viciada aos que estudam o seu passado.
Ocorre-me imaginar um cronista no futuro relatando os nossos dias. Quais as diferenças sociologicas de duas realidades separadas por dois Séculos.

Há cerca de Século e meio ainda havia escravatura com fundamento legal. Impunemente e sem qualquer remorso acorrentavam-se escravos, e um ser não tão humano explorava outro, facto sabido e inegável. Predominantemente de África vinha a mão de obra que o Homem branco comercializava e á semelhança de gado era feita entre os escravos a seleção dos melhores exemplares para criação. O estatuto de Humano de um escravo era um promenor secundário e a descurar. A "mercadoria" por ser rentável e necessária eram prisioneiros que efectuavam trabalho útil a troco de nada e evitava-se a fuga dos mesmos enriquecendo os seus senhores.
Nos dias de hoje andaremos assim tão distantes desses tempos e podemo-nos considerar como seres Humanos com experiência no campo do Respeito pela vida humana, pela Liberdade e pelo bem estar daqueles que são parte integrante de uma esfera de cidadania?
Considero que não. As razões são óbvias, todos nós o sabemos, ainda hoje há aspectos tão deploráveis que envergonhariam a Humanidade num tribunal com uma esfera de responsabilidade de jurisdição proporcional a tal escala: tráfego humano, tráfego sexual, crimes de guerra, experiencias em humanos sem o devido conhecimento e/ou autorização, genocídos e limpezas raciais, exploração financeira e laboral, controlo de pensamento ,deturpação de informação, discriminação em inumeros campos, despotismo perante o próximo, deteoramento de valores e regras sociais adquiridas, corrupção entre tantas outras coisas.
Quando alguém se refere a desenvolvimento social refere-se sobretudo a uma maior organização de diversos factores de caracter institucional , ou infra estrutural,intelectual ou comunicacional ao invés de um desenvolvimento humano, aparentemente - e segundo a minha observação pessoal - esses dois factores (desenvolvimento social e humano) não ocorrem em conjunto nem são mutuamente inerentes. Pode-se criar uma auto- estrada que reflicta o melhor das capacidades humanas no que é referente a engenharia, criando postos de trabalho e aproximando localidades , potencializando deslocação de pessoas e bens, impulsiona-se o comércio entre outras situações como exemplo de desenvolvimento social , contudo nessa mesma auto estrada circularão pessoas traficadas, droga, contribuintes que evadem o fisco, pessoas apologistas de segregação racial entre inúmerissimos outros casos... Este exemplo evidencia o progresso social do progresso humano. Pode-se mudar o mundo envolvente e a esfera comum em que vivemos contudo a natureza mais pessial de cada cidadão não é tão facilmente alterada através de melhoramentos socias .
Mas retornando ao exemplo dos escravos, lúcidamente quem dedicar um pouco do seu tempo a querer constatar saberá que actualmente escravos somos todos nós, escravos de uma dependêndia de capital.
Não temos correntes visiveis, mas para quê correntes quando não há para onde fugir? O prezado leitor destas palavras poderá confirmar que sem capital todos os seus direitos e liberdades têm pouco significado, mesmo num esquema social supostamente complexo e desenvolvido. O ser Humano em qualquer parte do planeta tem forçosamente que adquirir formação conveniente que á posteriori garantir-lhe-á um posto de trabalho remunerado. Mesmo que não hajam esforços ou resultados significativos na área da formação tem-se á mesma a imperiosa necessidade de ser remunerado em troca de trabalho. Neste aspecto poucas ou nenhumas objecções se colocam , contudo é a forçosa necessidade de dinheiro que em muitos casos destitui o ser humano da sua dignidade ou qualidade de vida.
O reflexo desta dependência é uma escravatura que nos impede o acesso a mais conhecimento, a mais tempo com a familia , a uma sujeiçao a atentados ao respeito e auto-estima por parte de entidades patronais, a um esclavagismo de horários e descartação de boa parte de tempo da nossa vida , a um continuo desgaste fisico e mental . O ser humano está prisioneiro do capital.
Que não se subentenda por estas palavras que antagonizo o trabalho, pelo contrário . defendo melhores condiçoes de acesso e desempenho da actividade laboral no geral. O importante é conseguir discernir a realidade lógica da realidade adquirida á nascença.
Esta distinção estabelece que a realidade de uma actividade laboral traduz-se por um esfoço bem remunerado sem sacrificios de maior á vida quotidiana- deve trabalhar-se sim, mas nunca permitindo que tenhamos que abdicar da propiedade e prioridade de factores supra laborais, ou seja , não seria permitido que um trabalhador por dependencia económica tivesse que abdicar de tempo com a familia ou salvaguarda de serviços médicos de qualidade, de o direito aquirido ao respeito, ou até por exemplo de repouso suficiente.
A presente realidade actual impõe-nos uma aceitação de competividade exagerada, uma desumanização e consequente maquinização ou descartabilização das caracteristicas individuais de um trabalhador castrando-lhe toda a sua criatividade e potencial nas mais diversas áreas reduzindo-o a um mero operário ou executante de uma determinada tarefa que terá como objectivo a riqueza pessoal ou da entidade patronal.
A certo ponto da história o desenvolvimento social verdadeiro deturpou-se e corrompeu-se desviando-se para um desenvolvimento económico predominante que asfixiou a prioridade do desenvolvimento humano quando entre os dois havia de facto uma diferença real. O rácio da expressão "sócio-económico" não está equilibrado, o "económico" sobrepõe-se em importancia atriuida ao "sócio-".
De uma forma simples pretendo dar a entender que o desenvolvimento humano determinado em factores como o altruismo,evolução política, valores, respeito pelos direitos humanos e qualidade de vida, saúde , sustentabilidade ambiental, família, educação , edificação académica e intelectual entre outros estão directamente sujeitos ao jugo económico.
Para aqueles que defendem que a sociedade tem eventos cíclicos como desenvolvimento, falência etc ...convém lembrar que a sociedade não pode nunca ter como prioridade única o desenvolvimento económico. Não pode uma sociedade tolerar que a riqueza económica é a meta sendo sim um meio de obter algo maior.
A sociedade como a vemos é puramente uma corruptela do modelo de vida comum acente no objectivo de melhoramento de condição de vida pois a passos largos caminha-se para uma escravatura laboral desculpabilizada por expressões como competitividade, crise, indices económicos, pib , esquecendo questões tão inerentes ao ser humano (em que aí se evidencia esta torpe noção de humanidade) como felicidade, bem estar, realização familiar e profissional ,saúde, oportunidade de criação intelectual e pensamento livre, o acesso a informação útil e diversicada,acesso equilativamente distribuido ao pensamento e actividade política ,fomento e direito ao respeito e valores, justiça social ,e voluntarismo estatal para total providenciação das necessidades do cidadão , cimentação de uma solidariedade social eficaz ee funcional que não seja um sinónimo de esmola social. Caminhamos para um esturpo á nossa liberdade de expressao e ao direito maior da segurança fundamentado por um medo global de terrorismo - seja qual for a sua origem.

SEGUINDO UM PADRÃO QUE NÃO É DO AGRADO DO PRÓPRIO AUTOR ESTE POST SERÁ CONTINUADO E SUBMETIDO A CORRECÇÃO NUMA ALTURA MAIS CONVENIENTE. UM PEDIDO DE DESCULPAS DA GERÊNCIA.

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