Visitas

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Network 1976

( " )- This story is about Howard Beale, the acclaimed news anchorman on UBS T.V. In this time, however, he was a mandarin of television with a HUT rating of 16 and a 28 audience share. In 1969, however, his fortunes began to decline. He fell to a 22 share. The following year, his wife died, and he was left a childless widower with an 8 rating and a 12 share. He became morose and isolated, started to drink heavily, and on September 22, 1975, he was fired, effective in two weeks. The news was broken to him by Max Schumacher, who was the president of the news division at UBS. The two old friends got properly pissed. ( " ).


Começa assim um dos meus filmes favoritos: "Network" - argumento de Paddy Chayefsky dirigido por Sidney Lumet.
Network é um filme denunciante , que nos atira á cara a nossa propensão natural para não saber distinguir as realidades, (entre as inumeras realidades existentes) e no próprio enredo Howard Beale (gigantescamente interpretado por Peter Finch) cospe-o á cara dos seus telespectadores. Neste guião a trama descreve um pivot de TV que por inumeras circunstâncias começa a ficar louco aos olhos do mundo, porém a sua insanidade poderá ser descrita como uma sã constatação das coisas. Num mundo onde a morbidez das audiencias dita conteúdos a visão de um lunático que desafia todas as regras adquiridas pelos telespectadores é um chamariz demasiado eficaz para ser descartado.
Há muito a reter deste filme, Diana Christensen , directora de uma estação de Tv (interpretada magnificamente por Faye Dunaway) personifica a brutalidade da Televisão.
Belas ; aliciantes ; tentadoras; obscenas , brutais as duas fundem-se num só personagem. Porém ambas serão sempre descartáveis, são o momento ou a exitação de um directo, de um audiência. Diana Christensen como a tv , sem vivacidade e algo novo não persistem.

Diana Christensen: The time has come to re-evaluate our relationship, Max.
Max Schumacher: So I see.
Diana Christensen: I don't like the way this script of ours has turned out. It's turning into a seedy little drama.
Max Schumacher: You're going to cancel the show?
Diana Christensen: Right.


Embora Network seja bastante mais que estas personagens e a forma como elas interagem , o maior impacto deste filme nao fica apenas no seu conteúdo em si.
Este filme é inquietante, em 1976 um louco dizia que o mundo está entretido, que as massas obedecem a capitais e interesses escondidos. E verdadeiremente aterrador para os hipocondríacos sociais é o facto de as mesmas palavras que um lunático outrora gritou estarem absolutamente actuais e auto-evidentes em 2009. Uma comparação entre duas circunstâncias (ficçao e realidade) que Paddy Chayefsky fez antecipadamente...há mais de 30 anos.


"You've got to say, 'I'm a HUMAN BEING, Goddamnit! My life has VALUE!' So I want you to get up now. I want all of you to get up out of your chairs. I want you to get up right now and go to the window. Open it, and stick your head out, and yell, 'I'M AS MAD AS HELL, AND I'M NOT GOING TO TAKE THIS ANYMORE!'

Queira ver o link imediatamente acima por favor. Vale a pena .

Darwin até quando?

O darwinismo e a TDI


-A questão é incómoda no mundo científico. Ei-la:
Porque é que a teoria darwinista não passa disso mesmo...da teoria?

-Segundo Darwin a evolução é o resultado de ocorrencias aleatorias que deram origem á Vida tal como a conhecemos tendo como catalizadores a variação, herança genética, seleção natural e o tempo entre outros factores. No darwinismo a pré-concepção da Vida é descartada renegando a Evoluçao a uma sucessao de circunstancias casuais que determinaram a evolução das espécies não tendo aparentemente qualquer designio concreto ou intencional.
Ora a denominação de teoria ainda nao foi substituida porque simplesmente não há factos concretos e aceites que cimentem a veracidade desta linha de pensamento.
A exemplo: no caso dos dinossaurios não há exemplos de evolução sequencial das especies.Encontram-se apenas especies animais já completamente formadas e estandartizadas não se detectando mutações ou diferenças entre exemplares fosseis. No caso dos fosseis humanóides há a célebre referencia ao "Missing Link".

Se a teoria Darwinista não está fundementada de todo porque motivo é-lhe atribuida a prioridade de relevãncia?

-Existem outras correntes cientificas que antagonizam o Darwinismo, uma delas (e que tem vindo a ter especial enfase a partir da decada de 80) é a Teoria do Design Inteligente (TDI).
A Teoria do Design Inteligente advoga que há um propósito inteligente (e não meramente aleatório) que estabeleceu um processo complexo e intencional de Design ou Criação / Concepção do qual resulta a Vida.
Esta linha de pensamento científico verificou determinados dados que põem em causa o evolucionismo Darwiniano. Segundo teoria de Darwin um especimen biologico é fruto de evoluçao furtuita sem intençao pré-determinada seguindo um dictame probabilistico que se traduz pelo exemplo de dizer que ao atirar-se uma moeda ao ar 50 vezes e tal acontecer é um episódio previsivel pois é um evento possivel embora que estatisticamente muito improvavel, contudo , tendo o planeta milhoes de anos , ao longo desse tempo seria possivel efectuar as tentativas suficientes para que o fenómeno fosse observado. O mesmo se aplica a cada detalhe da Vida de um exemplar biologico. Por exemplo uma especie de peixe seria encarnado, contudo uma mutaçao num gene daria origem a uma desova de peixes azuis, essa cor daria uma maior taxa de sobrevivencia porque esses peixes estariam mais bem camuflados dos predadores acabando essa especie mutante por estabelecer-se e substituir a especie encarnada.Ora neste exemplo deparamo-nos com duas situaçoes distintas: aleatoriedade : (a mutação do gene) e adaptação (a subtituiçao da especie anterior) , neste exemplo Darwin não consegue traduzir ou fazer a distinção entre o factor mutação e o factor intenção de mutação discriminando apenas um factor, que neste caso é o factor observado (mutação) e não o factor originante da mutação. Darwin criou uma teoria que apenas explicava os acontecimentos após a sua observação refutando a intencionalidade de uma eventual Inteligência .
Na sequÊncia do exemplo prévio avança-se para outro, o do olho Humano.
Matematicamente a evoluçao do olho não poderá ter explicação na linha darwinista isto porque a complexidade desse membro é tal que não poderia ter origem em tão reduzido espaço de tempo ( desde o aparecimento do Homem ) em como catalizador eventuais aleatoriedades .
Não deixa de ser curiosa a pressão ou a regra adquirida de usar a Teoria de Evolução de Darwin no mundo académico colocando-se até como uma certa obrigação sob o risco de se ser ridicularizado.

“Os biólogos devem constantemente ter em mente que o que eles vêem não tem design intencional, mas evoluiu”.
- Francis Crick, What Mad Pursuit (1988)


Nesta situação a TDI fará o Homem iniciar uma incursão no aspecto Teológico.
Rasurando a Teoria de Darwin (TD) do mundo cientifico e avançando-se para um mais apurado estudo e maior dedicação á TDI e á medida de que se obterem mais dados comprovantes da mesma poder-se-á verificar uma total reformulação do ponto de vista do Homem para com a ciencia, para com a sua Origem e também a do Universo.
Factores como Religião, Filosofia, Ética entre muitos outros sofrerão uma nova abordagem de forma contundente.



POST AGUARDANDO CORRECÇÃO E ACTUALIZAÇÃO

Evolução Social vs Evolução Humanista

Humano.

de uma forma abrupta: que sociedade é esta?

Com milénios de civilização eis-nos em 2009 numa situação global de instabilidade económica -excuso dizer social- que nos projecta para uma situação de crise. Uma crise porém não é necessáriamente má, traduzida directamente da sua génese grega "crise" significa parar para reflectir. Dadas as circunstâncias é de facto o melhor a fazer perante o afamado cenário internacional.
Proponho então neste balanço que analisemos a caótica e incompreensivel situação social que nos envolve e as suas origens.
Por onde começar?
O mais gravoso na sociedade contÊmporanea é o retrocesso cívico dos cidadãos e ameaças á sua liberdade, qualidade de vida,aos seus direitos e á condição de humano.
Uma imensa parte da Humanidade está sujeita neste momento aos desígnios de determinadas elites que com o seu poder determinam o controlo de naçoes e povos juntamente com os seus futuros. Arriscando ser pouco original afirmo que a História é escrita antes de acontecer e relatada de forma viciada aos que estudam o seu passado.
Ocorre-me imaginar um cronista no futuro relatando os nossos dias. Quais as diferenças sociologicas de duas realidades separadas por dois Séculos.

Há cerca de Século e meio ainda havia escravatura com fundamento legal. Impunemente e sem qualquer remorso acorrentavam-se escravos, e um ser não tão humano explorava outro, facto sabido e inegável. Predominantemente de África vinha a mão de obra que o Homem branco comercializava e á semelhança de gado era feita entre os escravos a seleção dos melhores exemplares para criação. O estatuto de Humano de um escravo era um promenor secundário e a descurar. A "mercadoria" por ser rentável e necessária eram prisioneiros que efectuavam trabalho útil a troco de nada e evitava-se a fuga dos mesmos enriquecendo os seus senhores.
Nos dias de hoje andaremos assim tão distantes desses tempos e podemo-nos considerar como seres Humanos com experiência no campo do Respeito pela vida humana, pela Liberdade e pelo bem estar daqueles que são parte integrante de uma esfera de cidadania?
Considero que não. As razões são óbvias, todos nós o sabemos, ainda hoje há aspectos tão deploráveis que envergonhariam a Humanidade num tribunal com uma esfera de responsabilidade de jurisdição proporcional a tal escala: tráfego humano, tráfego sexual, crimes de guerra, experiencias em humanos sem o devido conhecimento e/ou autorização, genocídos e limpezas raciais, exploração financeira e laboral, controlo de pensamento ,deturpação de informação, discriminação em inumeros campos, despotismo perante o próximo, deteoramento de valores e regras sociais adquiridas, corrupção entre tantas outras coisas.
Quando alguém se refere a desenvolvimento social refere-se sobretudo a uma maior organização de diversos factores de caracter institucional , ou infra estrutural,intelectual ou comunicacional ao invés de um desenvolvimento humano, aparentemente - e segundo a minha observação pessoal - esses dois factores (desenvolvimento social e humano) não ocorrem em conjunto nem são mutuamente inerentes. Pode-se criar uma auto- estrada que reflicta o melhor das capacidades humanas no que é referente a engenharia, criando postos de trabalho e aproximando localidades , potencializando deslocação de pessoas e bens, impulsiona-se o comércio entre outras situações como exemplo de desenvolvimento social , contudo nessa mesma auto estrada circularão pessoas traficadas, droga, contribuintes que evadem o fisco, pessoas apologistas de segregação racial entre inúmerissimos outros casos... Este exemplo evidencia o progresso social do progresso humano. Pode-se mudar o mundo envolvente e a esfera comum em que vivemos contudo a natureza mais pessial de cada cidadão não é tão facilmente alterada através de melhoramentos socias .
Mas retornando ao exemplo dos escravos, lúcidamente quem dedicar um pouco do seu tempo a querer constatar saberá que actualmente escravos somos todos nós, escravos de uma dependêndia de capital.
Não temos correntes visiveis, mas para quê correntes quando não há para onde fugir? O prezado leitor destas palavras poderá confirmar que sem capital todos os seus direitos e liberdades têm pouco significado, mesmo num esquema social supostamente complexo e desenvolvido. O ser Humano em qualquer parte do planeta tem forçosamente que adquirir formação conveniente que á posteriori garantir-lhe-á um posto de trabalho remunerado. Mesmo que não hajam esforços ou resultados significativos na área da formação tem-se á mesma a imperiosa necessidade de ser remunerado em troca de trabalho. Neste aspecto poucas ou nenhumas objecções se colocam , contudo é a forçosa necessidade de dinheiro que em muitos casos destitui o ser humano da sua dignidade ou qualidade de vida.
O reflexo desta dependência é uma escravatura que nos impede o acesso a mais conhecimento, a mais tempo com a familia , a uma sujeiçao a atentados ao respeito e auto-estima por parte de entidades patronais, a um esclavagismo de horários e descartação de boa parte de tempo da nossa vida , a um continuo desgaste fisico e mental . O ser humano está prisioneiro do capital.
Que não se subentenda por estas palavras que antagonizo o trabalho, pelo contrário . defendo melhores condiçoes de acesso e desempenho da actividade laboral no geral. O importante é conseguir discernir a realidade lógica da realidade adquirida á nascença.
Esta distinção estabelece que a realidade de uma actividade laboral traduz-se por um esfoço bem remunerado sem sacrificios de maior á vida quotidiana- deve trabalhar-se sim, mas nunca permitindo que tenhamos que abdicar da propiedade e prioridade de factores supra laborais, ou seja , não seria permitido que um trabalhador por dependencia económica tivesse que abdicar de tempo com a familia ou salvaguarda de serviços médicos de qualidade, de o direito aquirido ao respeito, ou até por exemplo de repouso suficiente.
A presente realidade actual impõe-nos uma aceitação de competividade exagerada, uma desumanização e consequente maquinização ou descartabilização das caracteristicas individuais de um trabalhador castrando-lhe toda a sua criatividade e potencial nas mais diversas áreas reduzindo-o a um mero operário ou executante de uma determinada tarefa que terá como objectivo a riqueza pessoal ou da entidade patronal.
A certo ponto da história o desenvolvimento social verdadeiro deturpou-se e corrompeu-se desviando-se para um desenvolvimento económico predominante que asfixiou a prioridade do desenvolvimento humano quando entre os dois havia de facto uma diferença real. O rácio da expressão "sócio-económico" não está equilibrado, o "económico" sobrepõe-se em importancia atriuida ao "sócio-".
De uma forma simples pretendo dar a entender que o desenvolvimento humano determinado em factores como o altruismo,evolução política, valores, respeito pelos direitos humanos e qualidade de vida, saúde , sustentabilidade ambiental, família, educação , edificação académica e intelectual entre outros estão directamente sujeitos ao jugo económico.
Para aqueles que defendem que a sociedade tem eventos cíclicos como desenvolvimento, falência etc ...convém lembrar que a sociedade não pode nunca ter como prioridade única o desenvolvimento económico. Não pode uma sociedade tolerar que a riqueza económica é a meta sendo sim um meio de obter algo maior.
A sociedade como a vemos é puramente uma corruptela do modelo de vida comum acente no objectivo de melhoramento de condição de vida pois a passos largos caminha-se para uma escravatura laboral desculpabilizada por expressões como competitividade, crise, indices económicos, pib , esquecendo questões tão inerentes ao ser humano (em que aí se evidencia esta torpe noção de humanidade) como felicidade, bem estar, realização familiar e profissional ,saúde, oportunidade de criação intelectual e pensamento livre, o acesso a informação útil e diversicada,acesso equilativamente distribuido ao pensamento e actividade política ,fomento e direito ao respeito e valores, justiça social ,e voluntarismo estatal para total providenciação das necessidades do cidadão , cimentação de uma solidariedade social eficaz ee funcional que não seja um sinónimo de esmola social. Caminhamos para um esturpo á nossa liberdade de expressao e ao direito maior da segurança fundamentado por um medo global de terrorismo - seja qual for a sua origem.

SEGUINDO UM PADRÃO QUE NÃO É DO AGRADO DO PRÓPRIO AUTOR ESTE POST SERÁ CONTINUADO E SUBMETIDO A CORRECÇÃO NUMA ALTURA MAIS CONVENIENTE. UM PEDIDO DE DESCULPAS DA GERÊNCIA.

Você tem capacidade para votar?

A pergunta da foto pode parecer arrogante quanto baste mas se lhe for tirada a contundência da questão colocada poder-se-á afirmar que tem bastante relevância quando se quer fazer uma mais aprofundada análise ao panorama político português. Tem em sí a caracteristica de se dirigir a todos que a lêem , incluindo eu que escrevo estas linhas obviamente. Antes de prosseguir sei que terei necessáriamente , por uma questão de sensatez, que a colacar á minha pessoa e encontrar a resposta para a pergunta que abordo . Terei eu capacidade de votar? Ponderando sobre o ávido interesse pelos meandros da política e dado o meu acompanhamento sobre as questões mais densas e menos expostas nos círculos de discussão política e sobre os mais variados temas, considero que a resposta seja que tenho capacidade para votar e... probabilidade de ficar desiludido.
Mas a razão que me fez colocar este artigo reside no momento pós-eleitoral. Mais uma vez os portugueses foram convidados a votar (e sublinho o verbo convidar), visto que novamente a abstenção "marcou presença" no processo eleitoral , contudo, esse convite foi posto de lado e a massa votante que se absteve preferiu afastar-se do direito a contribuir no planeamento do futuro nacional. Questiono-me porque motivo não é o direito de voto um comportamento cívico obrigatório e quais os resultados provenientes da efectiva obrigatoriedade?
Ao implementar-se a obrigatoriedade do voto , o cuidado no acto de escolher um representante no Governo seria eventualmente maior. Dar-se-ia imediatamente uma nova interpretação da importãncia do acto eleitoral e consequentemente uma maior noção do sentido de responsabilidade e cidadania.
Contudo, esses factores que enumero não parecem ser de especial interesse aos sucessivos governos pós 25 Abril. De uma população que padeceu da impossibilidade de exercer o voto passou-se para uma população que mantém á distancia (muito por desencanto) a política e as responsabilidades inerentes a um cidadão num regime democrático. Acordou-se então do sonho de Abril mas estranhamente Portugal e os portugueses encontram-se sob uma estranha letargia que os demove de uma avaliação e intervençao na esfera política nacional.
Quais as causas deste distanciamento entre os habitantes e o leme do rumo de Portugal tendo o português o dom de tudo criticar e se achar capaz de saber resolver qualquer questão de acordo com o seu ponto de vista particular?
Penso que a reflexão pessoal que fará ditar o destino da cruz no boletim de voto .é numa significativa percentagem da população votante, influenciada não por um raciocínio lógico e de cálculo profundo e informado, mas sim pelo desconhecimento de matéria política num fugaz momento de escolha quase que penoso e receoso da responsabilidade . Em Portugal muitas das vezes o voto pode ser metaforizado como uma semente que se deita á terra e cujo crescimento não se acompanha. Tantas são as vezes que muitos são chamados á resposabilidade da votação encarando esse processo democrático como um aspecto pouco decisivo e esporádico, tantas vezes vota-se sem se ler sequer um programa eleitoral ou as propostas do candidato (sim, porque apenas se vota num candidato desconhecendo-se a restante equipa partidária ) ; tantas vezes se vota no candidato com a melhor equipa de marketing, no que mais seduz, no que melhor mendiga o voto, no que mais hipnotiza com palavras gritadas mas vazias de intenção ou verdade, tantas vezes se vota num candidato como forma de escolher o menos pior...
Aqui já chego ao detalhe da questão do título desta reflexão. E se alguém ler os programas e não tiver capacidade de interpretá-los? Existem centenas de milhar de portugueses que de forma preocupante e sacrificadora de gerações futuras não têm a devida informação ou aprendizagem para poder formular a sua interpretação dos desígnios nacionais e dos desafios de Portugal. Há uma ileteracia política transversal a classes, faixas etárias , áreas geográficas e associada também a outras iliteracias de âmbito não directamente político como a iliteracia económica , cívica, e académica .
Com a abstenção e o inerente desinteresse da população para com as esferas de decisão governamental , perpetua-se e agrava-se a distância do cidadão ao poder de expressão democrática ,e á construção e defesa dos interesses da população portuguesa . Estes factores são de uma preocupante gravidade. Submetendo o importantíssimo direito e dever de voto a um estatuto de opção e não de obrigatoriedade, está-se de forma interna a hipotecar a salvaguarda dos direitos mais nobres e vitais para o país e para o cidadão tais como ,a exemplo : Soberania; Indepedência ;Identidade; Liberdade; Progresso; Justiça e Sustentabilidade expondo-os á ameaça de agentes de interesse externos . Com isto pretendo dizer que o afastamento dos portugueses ao processo eleitoral manifestado na abstenção , ou a continuídade do voto de quem mal esclarecido , é uma ameaça absolutamente inaceitavel e inconcebível.
A descartabilização da responsabilidade democrática consagrada no direito ao voto resultará numa progressiva e contínua intransparência do poder estabelecido e desigualdade em dois dos direitos mais sonegados que exponho nesta minha observação que são o direito á Informação e o direito do Conhecimento.
Num modelo social democrático debilitado pela abstenção e pelo voto mal informado, a sociedade não é projectada pelo Todo. Será a classe política que o fará, e haverá o constante risco que faça de acordo com os seus interesses e não com os da população como um todo .
Nesta via o cidadão comum está diminuido na capacidade de expressão, poder de decisão e intervenção, e oportunidade á Informação e Conhecimento .



Penso haver o manifesto interesse político na continuídade da ignorância cívica e política dos cidadãos portugueses provado pela inexistência de empreendedorismo na formação abrangendo essas áreas .



a continuar

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

LE CLEZIO


Adicionar imagem

JMG Le Clézio in Paris.

JMG Le Clézio, who in 2008 became the first French-language author in 23 years to win the Nobel prize in literature, had hoped to launch his career with English detective stories. After reading English at Bristol University in the late 1950s, he wrote mysteries while teaching at a school in Bath, and shifting furniture in a junk shop in Shepherd's Bush in London. But his stories were rejected by UK publishers. "So I decided to write in French," he says.

Back in his birthplace of Nice, "I was writing in the backrooms of cafés, waiting tables, in the months just before I was due to be drafted to Algeria," he recalls. "It was a rough, tough time in the story of France." His novel The Interrogation (1963), which he now calls "close to a joke", was about a dropout squatting in a holiday home on the French riviera, unsure whether he has deserted from the army or escaped from a lunatic asylum. Its menacing descriptions of the mundane verge on the hallucinatory. Published by Gallimard when Le Clézio was 23, it won the Prix Renaudot, and was hailed as a debut to match Camus's The Outsider. Its tall, diffident author, with his blond sweep and angular jaw, was dubbed French literature's Steve McQueen, and photographed by Henri Cartier-Bresson as the new icon of the Left Bank.

Yet Le Clézio, born in the south of France with a Breton surname, Mauritian grandparents, a French mother and a British father working as a doctor in Nigeria, spurned the nouveau roman label and has never identified with Paris. Now a dual Franco-Mauritian citizen, he says: "I've always felt very much from a mixed culture – mainly English and French, but also Nigerian, Thai, Mexican. Everything's had its influence on me."

For the Nobel committee, his work is a "critique of civilisations". He has written more than 40 books of fiction, memoir, children's literature and essays – from The Mexican Dream (1988) on the rupture of pre-Columbian cultures, to Ballaciner (2007) on his love of cinema. When the prize was announced, his books were already in 36 languages, though only a dozen had made it into English. His early fiction, from Fever (1965) to The Giants (1973), was formally experimental, plumbing states of fear, crisis and madness amid mechanised urban dystopias and ecological disaster. War (1970), sparked by Vietnam, was skewered by Martin Amis as a "torment to read". Yet his style grew more lyrical as he reflected on his wide travels. His mature fiction often draws on his childhood memories and family tree to trace Europe's encounters with other cultures. For one admirer, Adam Gopnik, while his lesser work can "sound like the narration of a Unicef documentary", his greatest conveys with a "classical poise" the "empathetic description of entire worlds".

We meet in Paris's Latin Quarter, where he and his wife Jémia have a rooftop apartment near his publishers. Le Clézio, who will be 70 this month, gives few interviews. He professes a dislike of "mundane things; you won't find me at festivals or jet-set parties". He spends time in Nice and on the west coast of Brittany, but feels most at home on the Indian ocean island of Mauritius, where a Breton ancestor settled after the French revolution en route to India. He lived in Mexico but, "when things got dangerous, especially for my children", moved across the border in 1998, and until recently taught French at a university in Albuquerque. He has three daughters: two with Jémia, his wife since 1975, and one with Marina, his Polish-French first wife whom he married in London in 1960.

His English is fluent. His ease in settling is, for him, a legacy of being Mauritian: "They all had to leave because there was no work. I don't feel limited to France." Settling in a new place, "you have to get rid of old habits, change your points of view, adapt. It gives you a kind of youth, which is good for writing."

The first English translation of his breakthrough novel Desert, by C Dickson, was published by Atlantic in February. First out 30 years ago, it won the French Academy's Grand Prix Paul-Morand and sold more than a million copies. Set in Western Sahara, Morocco and Marseilles, it depicts the defeat, in the early 20th century, of the nomadic Tuareg, the indigo-robed Blue Men, by the French. Yet in twin narratives implicitly linking colonial invasion with later emigration, a boy on an epic caravan journey across the Sahara in 1909 is counterpointed by a girl descendant in a Tangier shantytown who becomes a model in France. For the novelist Tahar Ben Jelloun, Desert is a "novel of the south", and Le Clézio a "humanist whose concern is with men and women treated badly by fate and by others. He never puts himself to the fore."

Desert was partly inspired by tales told him by Jémia, who was born in Morocco. "They spoke to me about the resistance of people to colonial power, and against Moroccan conquest and the modern world," he says. "That's why there are two epochs: the French and Spanish in northern Morocco; and what's survived of the spirit of resistance in a young girl, an immigrant in France." He also reused a story about resisting colonial rule, "The White Sheik", which he wrote aged 15 after a trip to French Morocco with his father. In Desert, the Tuareg wage a holy war against Christian invaders whose true religion is money. "They linked religion and rebellion, while on the other side, it was more about being rational, believing in firepower," he says. "When France sent machine guns and ships against people armed only with shotguns, they were preparing the situation today, when people want to get free of old rulers, and use religion to feed their anger. But it's not the same; there's been a misuse of anger by people who organise terrorism."

When he visited southern Morocco with his wife 10 years ago, he found bitterness. "There were landmines everywhere; they couldn't move as they used to. Being under Spain or Morocco has no importance . . . People survive without medicine, and enlighten their lives with poetry, music, feasts. When you come from a place where you can inherit such great values, it's impossible not to feel the need to return."

Jean-Marie Gustave Le Clézio was born in 1940, two months before France fell to Nazi Germany. Thinking the Germans would occupy Provence, his mother, Simone, drove with her two sons to Brittany. "As soon as we arrived, the Germans arrived, and sent us back." The south was occupied by fascist Italy in 1942, then by Germany. "I was very hungry at the end of the war, begging for food from the Americans, who were giving away white bread and chocolate. That's written in my memory."

War remains an obsession: "The cold and poverty, and a pessimistic feeling that everything's going to end. What interests me is the way young children and the very old, like my grandparents, live these moments." He has kept a German document "describing my family as a 'bunch of refugees'. Having been part of those people myself, I understand what it means to flee drama to find shelter." He depicted wartime Nice in his novel Wandering Star (1992), with its twin narratives of two girls – one a French-Jewish refugee to Israel, and the other a Palestinian in Nour Shams refugee camp. He had played with Jewish refugee children in Provence before the Nazi deportations. "You can't tell one side of the story; you have to tell everything: the killings by Germans in the south of France; and people dying in the Palestinian camp of hunger and disease."

Because of the war, Le Clézio did not meet his father, Raoul, till he was eight. Born in Mauritius, Raoul was British, thanks to the island turning pink on the map during the Napoleonic wars, though French planters kept their land and language. It was on the boat to Nigeria to meet him in 1948 that Le Clézio began to write – novels that, till recently, he had thought lost. "My mother kept them in a suitcase, and she died not long ago. I found everything."

His father practised near Onitsha, a Niger river port in Igboland. Le Clézio recalls it as "paradise so beautiful and full of freedom. At the same time, the authoritative Godfather was there, trying to bring up his unruly children." The brothers spent two years out of school, "playing with Igbo children, speaking some Igbo and pidgin English, and forgetting our French". Yet the boy in his novel Onitsha (1991) also witnesses a chain gang digging a swimming pool for the district officer as the Europeans eat lunch. "I was shocked by cruel scenes I saw of British rule in Nigeria," he says, "but at that age you don't feel the political meaning. If I'd grown up there, I'd have felt shame." The novel culminates in the Biafra war of 1967-70, when Igbo secession was crushed. For Le Clézio, who had returned to Nice with his family in 1950, it was a "sad moment. The war was organised by Europeans. I was shocked by the French presenting it as a war between Christians and Muslims. People were dying not for political antagonism, but oil." In L'Africain (2004), his haunting memoir which is as yet untranslated, he records his father's despair at the war, and strives to understand the man he had thought a stranger, "almost an enemy", but who may have passed on to his son his moral repulsion about colonialism.

Back in Nice aged 10, Le Clézio "knew nothing about school rules or shoes". His parents were first cousins, and "very closed in on themselves. I grew up in a Mauritian bubble in France . . . I had the feeling of not belonging, but still living with French culture. That gave me this awkwardness that's not solved till now." While his father loved English literature, "my grandmother hated the English, a tradition with the old French Mauritians. I couldn't choose sides." His forebears belonged to the sugar plantocracy, but lost their estate in a family feud and scattered, becoming judges or doctors. The Prospector (1985), which Atlantic will publish in the UK next year, depicts such a family loss in 1890s Mauritius as an expulsion from Eden, yet incorporates myths of the colonial encounter, from Robinson Crusoe to Shaka Zulu. Its tale of a dispossessed son, who finds his idyll with a woman descended from maroons (runaway slaves), links the quest for gold, and the crushing of canecutters' revolts, to the Somme and the war engulfing Europe. Le Clézio's descent from slave-holders shaped his scepticism towards the Enlightenment. "I can understand better than most the contradiction between the idealistic civilisation and religious morals of Europe and what they did with the slaves, because the root of the evil is only two generations away from me," he says. "Maybe this has fed my need to fight against the abuses of modern civilisation. Maybe it's inspired my novels – it's present in my mind."

He was spared the draft to Algeria by gaining entrance to university in Nice. "A good friend failed the exam I passed, and a few weeks later he was dead." The Algerian war over, he did four years' national service in Thailand and Mexico. He was expelled from Thailand, possibly for showing Mao's "little red book" to students at the Buddhist university ("I was very interested in Buddhism, and not at all in Mao's thoughts"), or for denouncing the sexual trafficking of children in a French newspaper interview.

In the early 1970s he spent three crucial years with Emberá and Waunana Indians in the forests of the Darien Gap. Chancing upon people in Panama City, "with their faces painted blue-black, but compelled to wear European dress", he asked to visit them. "I bought a dugout canoe with an outboard engine and followed. Panama was an interrogation of myself. I was close to where the west met the Indians in the 16th century. People retained their culture as a defence against the modern world; they kept their own truth. I wanted to understand this gentle, peaceful people. I'm not idealising them, but the society is so much better balanced than the one I came from. Being European, I'm not sure of the value of my culture, because I know what it's done." All that kept him from staying, growing his own plantain and rice, was malaria, he says. "I had no resistance to disease; I needed medicine." He left having to "relearn everything", and translated Mayan chronicles, convinced of the need for "inter-culturalism as well as a healthier approach to ecology. As he wrote in The Mexican Dream: "In destroying Amerindian cultures, the conqueror also destroyed a part of himself, a part he will undoubtedly never find again."

He used what he learned of Europe's encounter with the Amerindians to revisit his own origins. In the major, untranslated novel Révolutions (2003), a student's life in Nice, London and Mexico in the 1950s and 60s is interwoven with that of a Breton ancestor and an enslaved woman in 19th-century Mauritius. His latest novel, Ritournelle de la faim (2008), which he wrote while teaching in South Korea, looks back to his mother's generation of Mauritians in Paris between the wars. As he said on French TV: "To understand the hidden secret of the modern industrial world in which I find myself, I have to return to another world. That world is at once wartime Nice and the plantation – the sugar isles on which Europe's prosperity was built." In tracing such connections he has likened himself to a spider, "touching threads to see where the vibrations come from".

President Nicolas Sarkozy claimed the Nobel laureate embodied the "influence of France . . . in a globalised world". Yet in 2007 Le Clézio was among 44 authors who signed a manifesto in Le Monde calling for a "world literature in French", in which France was no longer the centre. He dedicated his Nobel to writers in many languages. Though he does not believe all cultures have an equal voice, "it's still better than it was when I was a child". Le Clézio once said he wrote "to try to know who I am". He views himself as a "product of western civilisation, which invented extraordinarily beautiful things, and at the same time behaved terribly. Maybe I'm blinded by those obsessions." He is at work on a novel, Alma Mater, about his family, "on the one hand, slave-buyers, and on the other, highly cultivated and good people". He looks bemused. "It's a contradiction I haven't solved."