
Humano.
de uma forma abrupta: que sociedade é esta?
Com  milénios de civilização eis-nos em 2009 numa situação global de  instabilidade económica -excuso dizer social- que nos projecta para uma  situação de crise. Uma crise porém não é necessáriamente má, traduzida  directamente da sua génese grega "crise" significa parar para reflectir.  Dadas as circunstâncias é de facto o melhor a fazer perante o afamado  cenário internacional.
Proponho então neste balanço que analisemos a caótica e incompreensivel situação social que nos envolve e as suas origens.
Por onde começar?
 O mais gravoso na sociedade contÊmporanea é o retrocesso cívico dos  cidadãos e ameaças á sua liberdade, qualidade de vida,aos seus direitos e  á condição de humano.
Uma imensa parte da Humanidade está sujeita  neste momento aos desígnios de determinadas elites  que com o seu poder  determinam o controlo de naçoes e povos juntamente com os seus futuros.  Arriscando ser pouco original afirmo que a História é escrita antes de  acontecer e relatada de forma viciada aos que  estudam o seu  passado.
 Ocorre-me imaginar um cronista no futuro relatando os nossos dias.  Quais as diferenças sociologicas de duas realidades separadas por dois  Séculos.
Há cerca de Século e meio ainda havia escravatura com  fundamento legal. Impunemente e sem qualquer remorso acorrentavam-se  escravos, e um ser não tão humano explorava outro, facto sabido e  inegável. Predominantemente de África vinha a mão de obra que o Homem  branco comercializava e á semelhança de gado era feita entre os   escravos a seleção dos melhores exemplares para criação. O estatuto de  Humano de um escravo era um promenor secundário e a descurar. A  "mercadoria" por ser rentável e necessária eram   prisioneiros que  efectuavam trabalho útil a troco de nada e evitava-se a fuga dos mesmos  enriquecendo os seus senhores.
Nos dias de hoje andaremos assim tão  distantes desses tempos e  podemo-nos considerar como seres Humanos com  experiência no campo do Respeito pela vida humana, pela Liberdade e pelo  bem estar daqueles que são parte integrante de uma esfera de cidadania?
 Considero que não. As razões são óbvias, todos nós o sabemos, ainda  hoje há aspectos tão deploráveis que envergonhariam a Humanidade num  tribunal com uma esfera de responsabilidade de jurisdição proporcional a  tal escala: tráfego humano, tráfego sexual, crimes de guerra,  experiencias em humanos sem o devido conhecimento e/ou autorização,  genocídos e limpezas raciais, exploração financeira e laboral, controlo  de pensamento ,deturpação de informação, discriminação em inumeros  campos, despotismo perante o próximo, deteoramento de valores e regras  sociais adquiridas, corrupção entre tantas outras coisas.
Quando  alguém se refere a desenvolvimento social refere-se sobretudo a uma  maior organização de diversos factores de caracter institucional , ou  infra estrutural,intelectual  ou comunicacional ao invés de um  desenvolvimento humano, aparentemente - e segundo a minha observação  pessoal - esses dois factores (desenvolvimento social e humano) não  ocorrem em conjunto nem são mutuamente inerentes. Pode-se criar uma  auto- estrada que reflicta o melhor das capacidades humanas no que é  referente a engenharia, criando postos de trabalho e aproximando  localidades , potencializando deslocação de pessoas e bens,  impulsiona-se o comércio entre outras situações como exemplo de  desenvolvimento social , contudo nessa mesma auto estrada circularão  pessoas traficadas, droga, contribuintes que evadem o fisco, pessoas  apologistas de segregação racial entre inúmerissimos outros casos...  Este exemplo evidencia o progresso social do progresso humano. Pode-se  mudar o mundo envolvente e a esfera comum em que vivemos contudo a  natureza mais pessial de cada cidadão não é tão facilmente alterada  através de melhoramentos socias .
Mas retornando ao exemplo dos  escravos, lúcidamente quem dedicar um pouco do seu tempo a querer  constatar saberá que actualmente escravos somos todos nós, escravos de  uma dependêndia de capital.
Não temos correntes visiveis, mas para  quê correntes quando não há para onde fugir? O prezado leitor destas  palavras poderá confirmar que sem capital todos os seus direitos e  liberdades têm pouco significado, mesmo num esquema social supostamente  complexo e desenvolvido. O ser Humano em qualquer parte do planeta tem  forçosamente que adquirir formação conveniente que á posteriori  garantir-lhe-á um posto de trabalho remunerado. Mesmo que não hajam  esforços ou resultados significativos na área da formação tem-se á mesma  a imperiosa necessidade de ser remunerado em troca de trabalho. Neste  aspecto poucas ou nenhumas objecções se colocam , contudo é a forçosa  necessidade de dinheiro que em muitos casos destitui o ser humano da sua  dignidade ou qualidade de vida.
O reflexo desta dependência é  uma  escravatura que nos impede o acesso a mais conhecimento, a mais tempo  com a familia , a uma sujeiçao a atentados ao respeito e auto-estima por  parte de entidades patronais, a um esclavagismo de horários e  descartação  de boa parte de tempo da nossa vida , a um continuo  desgaste fisico e mental . O ser humano está prisioneiro do capital.
 Que não se subentenda por estas palavras que antagonizo o trabalho,  pelo contrário . defendo melhores condiçoes de acesso e desempenho da  actividade laboral no geral. O importante é conseguir discernir a  realidade lógica da realidade adquirida á nascença.
Esta distinção  estabelece que a realidade de uma actividade laboral traduz-se por um  esfoço bem remunerado sem sacrificios de maior á vida quotidiana- deve  trabalhar-se sim,  mas nunca permitindo que tenhamos que abdicar da  propiedade e prioridade de factores supra laborais, ou seja , não seria  permitido que um trabalhador por dependencia económica tivesse que  abdicar de tempo com a familia ou  salvaguarda de serviços médicos de  qualidade, de o direito aquirido ao respeito, ou até por exemplo de  repouso suficiente.
A presente realidade actual impõe-nos uma  aceitação de competividade exagerada,  uma desumanização e consequente  maquinização ou descartabilização das caracteristicas individuais de um  trabalhador castrando-lhe toda a sua criatividade e potencial nas mais  diversas áreas reduzindo-o a um mero operário ou executante de uma  determinada tarefa que terá como objectivo a riqueza pessoal ou da  entidade patronal.
A certo ponto da história o desenvolvimento  social verdadeiro deturpou-se e corrompeu-se desviando-se para um  desenvolvimento económico predominante que asfixiou a prioridade do  desenvolvimento  humano quando entre os dois havia de facto uma  diferença real. O rácio da expressão "sócio-económico" não está  equilibrado, o "económico" sobrepõe-se em importancia atriuida ao  "sócio-".
De uma forma simples pretendo dar a entender que o  desenvolvimento humano determinado em factores como o altruismo,evolução  política,  valores, respeito pelos direitos humanos e qualidade de  vida, saúde , sustentabilidade ambiental, família, educação ,   edificação académica e intelectual entre outros estão directamente  sujeitos ao jugo económico.
 Para aqueles que defendem que a  sociedade tem eventos cíclicos como desenvolvimento, falência etc  ...convém lembrar que a sociedade não pode nunca ter como prioridade  única  o desenvolvimento económico. Não pode uma sociedade tolerar que a  riqueza económica é a meta sendo sim um meio de obter algo maior.
A  sociedade como a vemos é puramente uma corruptela do modelo de vida  comum acente no objectivo de melhoramento de condição de vida pois a  passos largos caminha-se para uma escravatura laboral desculpabilizada  por expressões como competitividade, crise, indices económicos, pib ,  esquecendo questões tão inerentes ao ser humano (em que aí se evidencia  esta torpe noção de humanidade)  como felicidade, bem estar, realização  familiar e profissional ,saúde, oportunidade de criação intelectual e  pensamento livre,  o acesso a informação útil e diversicada,acesso  equilativamente distribuido ao pensamento e actividade política ,fomento  e direito ao respeito e valores,  justiça social ,e  voluntarismo  estatal para total providenciação das necessidades do cidadão ,  cimentação de uma solidariedade social eficaz ee funcional que não seja  um sinónimo de esmola social. Caminhamos para um esturpo á nossa  liberdade de expressao e ao direito maior da segurança fundamentado por  um medo global de terrorismo - seja qual for a sua origem.
SEGUINDO  UM PADRÃO QUE NÃO É DO AGRADO DO PRÓPRIO AUTOR ESTE  POST SERÁ  CONTINUADO E SUBMETIDO A CORRECÇÃO NUMA ALTURA MAIS CONVENIENTE. UM  PEDIDO DE DESCULPAS DA GERÊNCIA.